14 janeiro 2018

Ao acaso na estante (1)

O livrinho a que volto muitas vezes

« Dans un beau jardin où les rayons d’un soleil automnal semblaient s’attarder à plaisir, sous un ciel déjà verdâtre où des nuages d’or flottaient comme des continents en voyage, quatre beaux enfants, quatre garçons, las de jouer sans doute, causaient entre eux……

…. Le soleil s’était couché. La nuit solennelle avait pris place. Les enfants se séparèrent, chacun allant, à son insu, selon les circonstances et les hasards mûrir sa destinée, scandaliser ses proches vers la gloire ou vers le déshonneur. »

A abrir e a fechar Les Vocations, poema XXXI de « Le Spleen de Paris » de Charles Baudelaire

Nunca leio um só livro de cada vez. Tenho sempre 2 ou 3 em curso, cuja leitura vou alternando de acordo com a vontade do momento. De vez em quando vou à estante, escolho um daqueles a que voltamos muitas vezes, abro ao acaso e releio meia dúzia de páginas. Hoje voltei aos poemas em forma de prosa de Baudelaire, com o Spleen de Paris. Abri o livro e caí no meio do poema XXXI Les Vocations. Adoro, simplesmente…


2 comentários:

Suzi disse...

Não domino o Francês, mas consegui captar que falamos de sol, de crianças, e de que, no cair da tarde, depois que o sol se foi, as crianças se separaram e seguiram seu caminho - falando também sobre o destino de cada um, de escandalizar pra glória ou pra desonra.

Não seria esse, no fundo, o retrato da nossa vida? Crescemos, mas seguimos decepcionando, desonrando, ou trazendo orgulho e glórias aos nossos pais e aos nossos queridos...

Glória ou desonra são as nossas opções. São as escolhas que fazemos no começo de cada dia...

Viajei? LOL

Custódia C. disse...

Não, não viajaste, o texto anda por aí. O meu livro é em francês mesmo :)

Mas encontrei uma tradução razoável na net:
https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/baudelaire-spleen-de-paris.pdf